Você também passa por isso?
Começo de ano, turma nova, alunos novos e novos desafios. Apesar do retorno às aula ser um momento esperado pelos pais, para os educadores muitas vezes é momento de apreensão ou mesmo de tensão.
Esses dias uma amiga professora nos disse “Faz oito anos que dou aula e não acredito que ainda fico nervosa nos primeiros dias”. Mas por que isso?
Porque ficamos inseguros se “daremos conta” das novas crianças. Será que os alunos vão gostar de mim? Será que vão me ouvir? Será que vão prestar atenção? E se não prestarem, o que vou fazer?
Sem dúvidas, o bom relacionamento do educador com os alunos é o ingrediente principal para que a aprendizagem ocorra. É só recordarmos da nossa época de aluno: qual professor mais marcou você? No geral, gravamos mais intensamente dois tipos. Aqueles que nos ensinaram com amor. E aqueles que nos ensinaram com terror.
Os laços de afeto construídos entre educador e aluno geram a confiança necessária para que ocorra a aprendizagem de forma prazerosa e motivadora. Esse processo não ocorre em um ou dois dias. Ele vai se estreitando cada vez mais ao logo dos dias, meses, semestre e ano.
Buscando ajuda em Pestalozzi e sua pedagogia do amor, pudemos sanar muitas das nossas inseguranças e planejar de forma diferente nossos momentos com as crianças para o ano todo.
Deste estudo e vivência, resumimos em sete itens que para nós fizeram a diferença na construção do afeto pelos alunos e no estreitamento da confiança tão necessária à aprendizagem:
1.ORGANIZAÇÃO
2.RECEPÇÃO AFETUOSA
3.APROXIMAÇÃO – FAZER ALGO JUNTOS
4.VALORIZAR AS POTENCIALIDADES DOS ALUNOS
5. CONVERSAR SOBRE A VIDA DELES
6.PEDIR SUGESTÕES AOS ALUNOS
7.ENSINAR USANDO O SEU TALENTO
Agora, abaixo vamos falar sobre cada um deles.
1. ORGANIZAÇÃO
Organize tudo o que pretende fazer.
Faça um planejamento no papel e deixe tudo preparado antes das crianças chegarem.
As crianças percebem quando o educador está seguro ou não daquilo que vai realizar.
Quando há organização o ambiente se torna acolhedor e gera tranquilidade nas crianças. Ao passo que se vamos fazendo tudo de forma atribulada, as crianças ficam inseguras e a sala se agita. Aí o acolhimento vai por água abaixo.
Com tudo arrumado, sua atenção será somente para receber cada criança. Caso contrário, ao invés de recepcioná-las com alegria, ficará agitada tentando organizar as coisas no momento em ela estão chegando.
2. RECEPÇÃO AFETUOSA
É o momento do acolhimento das crianças. Receber todas com abraços e alegria.
Funciona muito bem a recepção com uma roda de conversa amistosa. Sente na roda com as crianças e pergunte como estão.
Deixe que falem sobre si mesmas e mostre interesse sobre o que falam.
Apresente o roteiro do dia. Mesmo que seus alunos já sejam maiores, faz diferença quando eles sabem o que irá acontecer. Isso tranquiliza e dá segurança.
3. APROXIMAÇÃO – FAZER ALGO JUNTOS
Planeje atividades em que você possa realizar algo juntamente com as crianças. Não qualquer coisa, só por fazer. Aproveite para planejar algo dinâmico que faça sentido dentro do assunto ou projeto que irá trabalhar nas aulas.
Pode ser uma oficina de culinária, de artes, algo na natureza.
Em nossa experiência, nosso projeto era estudar os reinos. Então fizemos com as crianças uma oficina em que juntos plantamos mudas de flores em pneus.
Como nossa proposta de trabalho é sempre aprender fazendo, plantamos as flores para termos recursos para observação durante os estudos.
Atividades práticas e interativas geram motivação e curiosidade nas crianças. Ou que já é um grande passo para mantê-las atentas nas próximas aulas.
O livro infantil “Valfrido e Valfredo e o segredo de uma amizade” da nossa Editora narra a estória da aproximação de uma professora com dois alunos e o efeito transformador que isso teve na vida dos dois. A estória é muito divertida para as crianças porque cria um clima de mistério que eles adoram. Ao mesmo tempo que é bastante construtiva para a prática dos educadores. O livro está disponível aqui.
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4. VALORIZAR AS POTENCIALIDADES DOS ALUNOS
Faça o exercício de identificar as potencialidades dos seus alunos.
Ao invés de focar tanto nas dificuldades que eles apresentam, foque um pouco mais nas qualidades boas.
Para nós essa foi a chave do ano passado. Tínhamos um grupo de crianças bastante agitado e que interrompia a aula toda hora com colocações que não faziam nenhum sentido naquele momento.
Resolvemos observar suas qualidades e descobrimos que na verdade a agitação deles era porque eles eram muito criativos e dinâmicos. Gostavam de fazer coisas.
A partir disso, começamos a planejar aulas mais ativas, construímos um horta juntos e fomos relacionando todo o estudo com a horta.
Além de descobrir fale para eles de suas potencialidades, assim eles vão ganhando confiança em si mesmos e percebendo que você se preocupa com eles.
5. CONVERSAR SOBRE A VIDA DELES
De vez em quando separe momentos para conversar com as crianças em grupos menores ou até individualmente.
Pestalozzi, pedagogo fundador da Pedagogia do Amor, metodologia base do trabalho da EducaME com amor, fazia isso todas as noites. Depois das aulas ele reunia um grupo de crianças para conversar sobre suas vidas. Para ele esses momentos eram tão importantes quanto os conteúdos da escola.
Conhecemos uma professora que utiliza essa prática e sempre que ela percebia um aluno mais triste ou nervoso, perguntava se ele gostaria de conversar em uma hora mais tranquila.
Às vezes ela saía da sala com o aluno, enquanto os outros estavam fazendo tarefas ou quando era a aula de outro professor, se ele permitisse.
Essa prática passou a ser tão comum que as crianças passaram a procurá-la para conversar. Um dia chegou um grupo de meninas e falou que queria um horário para conversar com ela porque estavam com um problema. O problema era que elas queriam ajudar uma outra amiga que elas achavam que estava muito triste e não sabiam como ajudá-la.
6. PEDIR SUGESTÕES AOS ALUNOS
Evite chegar sempre com tudo pronto. Peça sugestões deles sobre como podem fazer uma atividade ou o que eles gostariam de aprender sobre determinado assunto. Organize com eles etapas de trabalho. Além disso aproximar professor e aluno, também constrói o sentido de responsabilidade.
7. ENSINAR USANDO O SEU TALENTO
Descubra um talento seu. Você toca algum instrumento? Canta bem? Sabe contar história como ninguém? Tem habilidades com artes?
Então, utilize seu talento para planejar as aulas. Sem dúvida, quando usamos nossos talentos criamos atividades com mais amor, pois estamos fazendo o que gostamos. E com certeza isso irá encantar as crianças.
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Qualquer dúvida sobre nossas experiências não hesite em entrar em contato comigo pelo e-mail contato@educamecomamor.com.br.
Abraços e alegrias no trabalho
Milena Barbosa
Fundadora e coordenadora Pedagógica da EducaMe com amor
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Crédito Imagem Freepik
Valéria Mansur
Muito bom.Adorei. Vou usar bastante essas maneiras de lidar com nossos alunos queridos.Obrigada.