7 atitudes para construir uma rotina feliz com crianças em casa como você sempre quis

Rotina é um roteiro de atividades e não uma lista de horários fixos. Uma sequência que se repete todos os dias. É justamente por isso que as crianças em casa constroem segurança e se tranquilizam no dia a dia.

A importância da rotina para as crianças em casa

O primeiro equívoco que cometemos na rotina com crianças em casa é justamente não ter rotina. E dizemos mais, a grande maioria dos desafios que pais e mães enfrentam poderiam ser amenizados com a organização de uma rotina.

Você pode até estar pensando agora… Nossa! Como assim? Que poder é esse que tem uma simples rotina? A rotina é muito importante porque organiza o pensamento da criança. 

Como a criança, principalmente a criança pequena até seis anos, está construindo a noção de tempo. Ela precisa que alguém a oriente sobre os acontecimentos do dia. 

Então, para ajudar você a organizar uma rotina que funcione para a sua família. E que deixe seu filho mais tranquilo e você com mais bom humor para superar os desafios de cada dia. Nós separamos 7 atitudes que podem fazer a diferença para você construir uma rotina mais feliz com seu filho. Como você sempre quis, mas nem todo os dias conseguiu:

  1. Tenha uma rotina com crianças em casa
  2. Foque no ritmo das atividades com as crianças em casa e não nos horários
  3. Dedique um tempo de atenção exclusiva ao seu filho na primeira hora do dia
  4. Atenda às necessidades do seu filho com afeto e paciência
  5. Seja firme para colocar os limites necessários
  6. Inclua seu filho nas tarefas do lar
  7. Não se culpe

Então, vamos falar sobre cada um deles?

Tenha uma rotina com crianças em casa

Quando estabelecemos uma rotina e repetimos ela todos os dias. A criança passa a internalizar no seu pensamento a ordem em que as atividades acontecem no seu dia.

E isso faz uma diferença incrível, porque ela passa a prever o que ocorrerá na sequência e, por saber a ordem das atividades, ela começa a aceitar o que precisa ser feito sem muitas resistências e muitas coisas também começa a tomar atitude de fazer sozinha. 

Então, não precisamos dizer que já são seis horas e é hora do banho. Se o banho sempre estiver depois da hora de guardar os brinquedos e antes do jantar, por exemplo, isso se tornará natural e ela fará com tranquilidade. 

Sem uma rotina estabelecida a criança fica literalmente perdida e nenhuma criança fica confortável em uma situação que não sabe o que esperar. Vamos combinar que nem nós adultos ficamos. 

Se temos por exemplo que fazer uma prova, um concurso, isso gera uma ansiedade tremenda porque não sabemos quantas questões serão, quanto tempo teremos, se poderemos sair ou não para ir ao banheiro, se vamos conseguir terminar a tempo. 

É exatamente essa mesma ansiedade que a criança sente quando em cada dia as atividades ocorrem em uma ordem diferente.

Esse é o motivo de muitas birras, de muitas irritações e também muito tédio das crianças que passam a exigir a nossa atenção o dia, justamente porque elas estão inseguras sobre o que devem ou não fazer, quando devem ou não fazer. 

Foque no ritmo das atividades com as crianças em casa e não nos horários

Se você é daquelas que diz “Eu sempre tentei criar uma rotina, mas no segundo ou terceiro dia parecia não dar certo e desistia”. 

Sabe porque acontece com tantas mães? Por que rotina não é horário inflexível. Então, não basta só fazer um cartaz com os horários de cada atividade. A rotina é um roteiro de atividades com ritmos. 

O que queremos dizer com isso é que não adianta fazer uma rotina em que a criança fica muitas horas fazendo a mesma atividade, ou atividades semelhantes porque ela passará a sentir tédio. 

Por exemplo, se a criança acorda, vai para a tv, depois fazer o dever da escola, depois vai para o celular… todas essas atividades são diferentes mas têm o mesmo ritmo. Um ritmo em que a criança fica mais calma. Compreendeu?

Outro exemplo é a criança que faz uma sequência de atividades com ritmo agitado antes do momento de dormir, com certeza ela terá dificuldades para relaxar e vai querer continuar no mesmo ritmo e como se diz, brigando com o sono. 

Por isso, uma rotina sem equilíbrio no roteiro de atividades poderá não dar certo porque terá como efeito ou o tédio ou a hiperatividade da criança que vão gerar as birras e os estresses durante o dia. Então, com certeza vamos desistir de continuá-la. 

Dedique um tempo de atenção exclusiva ao seu filho na primeira hora do dia

Você pode pensar, mas como assim? Eu já passo não só a primeira hora do dia com meu filho, mas o dia todo com ele?

Calma! Vamos explicar. Você já teve a experiência de iniciar o dia na correria? Levanta no supetão e sai tentando dar conta de tudo o que precisa ser feito naquele dia?

E aí ao mesmo tempo em que você tenta realizar as atividades, seu filho não colabora, não obedece, faz pirraça, chora, enfim, instala-se o caos. E qual é o resultado disso?

Você estressada, seu filho impossível e, ao final do dia, nenhum de vocês dois conseguiram fazer nada direito. 

Sabe porque isso acontece? Porque a criança precisa se sentir segura, precisa sentir que alguém está ali para ajudá-la, para guiá-la no seu dia. Ela precisa de um adulto de referência em quem ela pode confiar que vai cuidar dela. 

Então, quando não nos conectamos com nosso filho logo no início do dia, ele se sente assim inseguro, se sente sozinho, tem medo de perder o seu afeto e naturalmente ele vai exigir mais a sua presença.

Com toda certeza, vai chamar você pela casa o todo tempo e, muitas vezes, você vai se irritar com isso, mas a única coisa que ele está querendo é se assegurar de que você está presente. 

Por isso, ao dedicar a primeira hora do dia ao seu filho você o abastece de afeto e isto o tranquilizará para ele seguir as atividades do dia. Invista nesta primeira hora do dia e você vai sentir que o restante do dia irá fluir com muito mais tranquilidade. 

Atenda às necessidades do seu filho com afeto e paciência

É impossível querer que nosso filho se tranquilize durante o dia se nós não nos reportamos a ele com tranquilidade. Sem gritar, bater ou esbravejar. 

Isso porque a criança molda seu comportamento pelo que ela sente ao seu redor. Os estímulos que chegam até ela são a porta de entrada para ativar as suas sensações.

Com isso ela vai observando o meio pelos seus sentidos da visão, tato, audição, paladar e vai imitando tudo o que percebe, porque é justamente o que seu corpo sentiu e registrou. 

Então a forma como ela percebe seus pais e o ambiente do seu lar tem muito mais influência sobre seu comportamento do que o conteúdo do que nós falamos para ela ou as orientamos que damos por meio das palavras sobre aquilo que ela deve ou não fazer. 

Assim, se nosso toque é brusco e agressivo, a tendência é que nosso filho vá incorporando também essa maneira de se relacionar conosco.

Se temos o costume de deixar nosso filho esperando muito tempo para ter uma necessidade atendida, a tendência é que ele também demore a nos atender quando é necessário que realize algo em determinado momento. 

Foque no bem. Porque somente o nosso bem pode despertar o bem em nosso filho. 

Seja firme para colocar os limites necessários

Atender às necessidades dos nossos filhos com afeto e paciência, não significa permissividade, ao contrário, pois para que eu posso atendê-lo naquilo que realmente ele precisa, antes de tudo, precisa saber diferenciar uma necessidade real de um simples capricho. 

Para isso precisamos conhecer nosso filho e sempre observar qual é a intenção secreta que está ditando os gestos dele, os seus pedidos e os seus desejos.

E quando identificamos que sua solicitação é a manifestação de uma tendência ao mando, a querer se impor sobre os pais, a querer realizar aquilo que será prejudicial a ele ou a outras pessoas, então não podemos ter medo de dizer não. 

Dizer não, sorrindo, orientando e acolhendo. 

Diga não! Sim, não tenha medo disso. Tenha medo de não colocar limites às escolhas de seu filho e com isso estimulá-lo ao poder, à soberania e à ambição exacerbada que gerará cada vez mais estresse e desconforto na vida em família.

Inclua seu filho nas tarefas do lar

Este não é só um meio de ajudar seu filho a construir autonomia, mas é o único que o fará construir a autonomia real. Existe uma grande confusão quando falamos da conquista da autonomia dos nossos filhos.

Isso porque nossa cultura está em transição, saindo de um modelo em que os pais limitavam drasticamente as ações da criança para um modelo em que a criança precisa ser respeitada em seus interesses e necessidades.

E entre negar o autoritarismo e o desejo de educar com afeto e firmeza, muitos pais hoje têm caído na permissividade.

Sem dúvida, muito mais por negarem o modelo como foram educados, que os deixa perdidos e inseguros de como atuar de forma diferente, do que por pura negligência.

Por isso, é importante esclarecer que autonomia não é liberdade. A autonomia é uma construção que se faz aos poucos e está diretamente ligada à cooperação no lar. 

Incentivando seu filho a fazer aquilo que já é possível para ele, você estará ensinando o valor do trabalho, o valor de cuidar de um lar e de ajudarmos uns aos outros.

Autonomia é justamente isso, saber fazer escolhas em que utilizo minhas habilidades não só para o meu bem-estar, mas em prol do bem-estar de todos que estão à minha volta. 

Com toda certeza a autonomia e a moral devem andar juntas, pois do contrário, não será mais autonomia e sim soberania. 

Não se culpe

Se hoje não deu certo? Se hoje você não conseguiu ter autocontrole? Não se culpe! Sempre há uma novo dia para fazer diferente. Foque no amanhã. 

É natural que você sinta culpa por algo na educação do seu filho, mas ficar na culpa é uma maneira de autopunição e com isso nós nos paralisamos no tempo e não realizamos as transformações que precisamos, porque estamos com a mente e o coração presos nos erros do passado.

O remorso precisa agir junto com a coragem, a coragem de mudar, de fazer diferente.

Não podemos desanimar porque erramos, a grande maioria das coisas que aprendemos na vida foi por meio de erros, aprendemos a andar, caindo, tropeçando, aprendemos a falar embolando as palavras e com o tempo fomos refinando as nossas habilidades.

Então, encha-se de coragem, sacode a poeira e vá a um novo dia com uma nova atitude para fazer o melhor pelo seu filho, por você e pelo seu lar.

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