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Habilidades socioemocionais: 5 motivos para trabalhar em sala de aula

As habilidades socioemocionais é um termo contemporâneo para a educação que desenvolve as virtudes e os valores. Ensinando às crianças novos comportamentos por meio da administração de suas próprias emoções, impactando positivamente o indivíduo e a relação dele com o mundo ao seu redor.


 

Você já se sentiu assim na sua sala de aula? Como educadores nos sentíamos muitas vezes acabrunhados vendo aquelas salas lotadas de crianças, aquelas apostilas repletas de conteúdos que deveriam ser cumpridos, dezenas de relatórios que deveriam ser feitos e mesmo com tantos afazeres, sentimo-nos desmotivados. Será que ser educador é isso mesmo? Desmotivação era o que sentíamos naquele momento.

Em nosso coração queríamos fazer um trabalho diferenciado e que estimulasse nas crianças a curiosidade e o desejo de aprender. Mas isso não era possível com um método de educação tradicional com o foco na transmissão do conhecimento.

Mas como fazer este trabalho? Bom, esta era a questão para a qual buscávamos uma resposta. Durante nosso estudo da Pedagogia ficamos compenetrados das teorias do desenvolvimento humano ou da psicologia genética, principalmente o desenvolvimento emocional e o juízo moral. Aprofundamos nossos estudos buscando encontrar um método que verdadeiramente pudesse nos auxiliar na prática.

Foi quando nos deparamos com a Pedagogia do Amor de Pestalozzi e foi amor à primeira vista. As ideias de Pestalozzi antecipam a psicologia genética e mesmo muito conhecimento que se tem hoje sobre neurociência da educação e métodos contemporâneo famosos como Montessori. Sua prática e teoria veio de encontro com o nosso desejo e suas vivências com as crianças se enquadram perfeitamente na aplicação prática das novas diretrizes da BNCC: o desenvolvimento das habilidades socioemocionais.

Nosso coração se alegrou com uma nova possibilidade de trabalhar os conteúdos curriculares partindo de projetos pedagógicos que tivessem como foco o desenvolvendo das habilidades socioemocionais.

Os resultados das novas experiências com as crianças foram tão motivadoras que a sensação de vazio passou e começamos a ter a sensação de dever cumprido. A alegria das crianças e seu entusiasmo era sinal que encontramos o caminho e o método ideal.

Assim como existe uma ciência para a educação cognitiva – Piaget, Vygotsky, Wallon e muitos outros educadores, filósofos e psicólogos que descortinam desenvolvimento cognitivo. Hoje podemos dizer que existe uma ciência que nos ensina os princípios e métodos da educação para o desenvolvimento dos valores e das virtudes através da habilidades socioemocionais.

Por isso, neste artigo trazemos para você, educador, cinco motivos para encorajar você a buscar conhecimento sobre como realizar projetos pedagógicos aplicando as competências socioemocionais da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) na sala de aula:

1. As habilidades socioemocionais melhoram o ambiente da sala de aula

2. As habilidades socioemocionais tornam o ser humano mais humano

3. As habilidades socioemocionais educam para a vida

4. As habilidades socioemocionais dão utilidade ao conhecimento intelectual

5. As habilidades socioemocionais transformam a sociedade

Agora vamos falar de cada uma para você entender melhor.

 

1. As habilidades socioemocionais melhoram o ambiente da sala de aula


Se não houvesse mais nenhuma vantagem em realizar projetos pedagógicos com as habilidades socioemocionais, somente o fato delas melhorarem o clima da sala de aula já seria motivo suficiente para qualquer educador investir nelas.

Este é o “sonho de consumo” dos educadores: uma sala de aula em harmonia, na qual o professor está motivado e consegue realizar todo o seu planejamento com a participação e o entusiasmo das crianças.

As habilidades socioemocionais ensinam as crianças mais consciência de suas emoções. Isso faz elas adquirirem maior autonomia para resolverem seus conflitos com os colegas na sala de aula sem a necessidade de que o professor seja o mediador e interrompa a aula toda hora para resolver amenizar os ânimos das crianças.

Além disso, as habilidades socioemocionais não focam no conteúdo que deve ser ensinado mas sim na relação dos conteúdos com o desenvolvimento dos potenciais das crianças. Isso faz todo a diferença, porque gera motivação e entusiasmo para aprender, já que os conteúdos trabalhados são do interesse das crianças e têm utilidade na vida delas. Quando as crianças estão motivadas a indisciplina diminui drasticamente. Quer motivo maior que esse?

Se este também é o seu sonho de sala de aula, então vale a pena você começar a pesquisar mais sobre o assunto e procurar entender como desenvolver projetos pedagógicos para aplicar as habilidades socioemocionais na prática.

 

2. As habilidades socioemocionais fazem do ser humano mais humano


Pestalozzi é o mestre neste assunto quando trouxe o livro “Minhas investigações sobre o curso da natureza na evolução humana” . Neste livro, Pestalozzi explica com detalhes a diferença que existe entre o homem animal e o homem humano.

Para ele o dever da educação é desenvolver no homem as suas capacidades humanas, isto é, as atuais habilidades socioemocionais – a empatia, a solidariedade, a honestidade, a confiança – nesse sentido, a inteligência, a capacidade de criar e de fazer teriam como objetivo sempre desenvolver o potencial da criança para que ela possa fazer boas escolhas em sua vida. E isso só acontece quando o desenvolvimento das habilidades socioemocionais precede o desenvolvimento intelectual e prático.

A educação focada essencialmente no desenvolvimento intelectual acaba por se arriscar no caminho do desenvolvimento das capacidades animais do homem, isto é, tudo o que está relacionado às sensações que podemos observar no mundo animal – a necessidade de poder para preservar a espécie, de ser o mais forte, de competir, de dominar – situações que são estimuladas através da competição, das provas, das notas, das fantasias – que motivam a criança a estar sempre se comparando com os outros e não focada em seu próprio desenvolvimento.

O resultado desse modelo tradicional de educação é a desconexão do conhecimento escolar com as necessidades da vida e o reforço às qualidades negativas do indivíduo: egoísmo, ambição desenfreada, vaidade exagerada, corrupção, mentira, medo e insegurança. Resumindo: é o estado atual da nossa sociedade e que pede da educação mudanças urgentes.

Pois é, como vemos, o assunto é sério e por isso mesmo que as habilidades socioemocionais foram incorporadas aos objetivos das novas diretrizes da BNCC. Ao elaborar projetos pedagógicos para trabalhar as habilidades socioemocionais a criança é educada em sua mente e em seu coração fazendo com que amenize as dificuldades em seus relacionamentos humanos e direcione seu conhecimento para as boas realizações na sua vida.

 

3. As habilidades socioemocionais estimulam um ideal vida


Um dos casos que mais nos chamou atenção neste assunto foi de uma menina norte-americana que viu a mãe comprando um lanche para um morador de rua.

A menina de apenas cinco anos ficou inconformada ao saber que existiam pessoas que moravam na rua e não tinham o que comer. Começou então a fazer uma horta na sua casa, com o estímulo da mãe e do avô, para doar os alimentos a uma instituição que oferece almoço todos os dias aos moradores de rua.

Isso se tornou um ideal para ela, hoje ela já fez vários projetos, aumentou a horta e está construindo um abrigo móvel para proteger os moradores de rua no inverno rigoroso. E sua mãe e avô continuam estimulando e acompanhando os projetos.

A criança se molda de acordo com aquilo que nós apresentamos a ela, assim é que se desenvolve sua personalidade. Por isso, trabalhar as habilidades socioemocionais desde a tenra idade direciona o pensamento e a vontade da criança para a realização de um ideal maior, um ideal humano.

Talvez o que mais nos dificulte neste trabalho é acharmos que a criança deve viver somente o mundo sem responsabilidade e cheio de fantasias, príncipes, princesas, heróis e monstros que formatam sua personalidade para situações que não são reais que geram expectativas e como consequência as frustrações.

O resultado disso são os adultos inseguros, cheio de fobias, deprimidos, ansiosos, confusos e vivenciando diversos processos de fuga que geram mais culpas e mais tormentos. Tudo porque foi mostrado para eles um mundo fantasioso que os iludiu sobre os desafios da vida e não os ensinou a utilizar os seus potenciais para construírem a alegria de viver.

Podemos citar outros exemplos como o das crianças que rasparam a cabeça para apoiar o colega que estava tratando de câncer. Um grupo de jovens que cancelou a festa de formatura e doou o dinheiro uma jovem que não conheciam, mas que tomaram conhecimento pelo facebook que estava doente e precisava realizar um tratamento muito caro para se curar.

Um professor, um pai, uma avó, um tio, alguém estimulou estas crianças e jovens a pensarem e sentirem o mundo ao redor além de suas próprias necessidades e desejos. Além dos contos de fada, além dos super heróis…

Quando a criança é educada para desenvolver a empatia, ela percebe tem potenciais a oferecer para as pessoa a sua volta e passa a alimentar um desejo de fazer parte do mundo da melhor maneira possível.

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    4. As habilidades socioemocionais dão utilidade ao conhecimento intelectual


    Se perguntarmos a você quais são as capitanias hereditárias do Brasil Colonial, será que você se lembrará de todas? Mas você teve que decorar cada uma delas para a prova e até para o vestibular, não é mesmo? O que aconteceu então com esse “aprendizado”?

    Quanto tempo perdido alimentando a memória com tantos conteúdos que poderiam ser muito úteis na nossa vida, mas da forma como aprendemos, totalmente desvinculado dos valores e da vida cotidiana, perderam-se nos porões da nossa memória.

    Essa é a grande sacada de Pestalozzi, tornar o conhecimento útil para a vida e ele só será útil se for ensinado através de projetos pedagógicos que desenvolvam as habilidades socioemocionais com experiências concretas.

    Por exemplo: estudar os reinos da natureza é fundamental para compreender o porquê da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. Mas para isso é preciso ajudar as crianças a sentirem a importância dos seres e seu papel na natureza e mais que isso, sentirem que nós fazemos parte desta rede de solidariedade nas relações entre os seres e elementos da natureza.

    Necessitamos conectar os sentimentos com o conhecimento para que as crianças sintam que aprender é prazeroso e encantador.

     

    5. As habilidades socioemocionais transformam a sociedade


    Apesar das políticas pública serem fundamentais para a melhora de uma sociedade, somente isso não é suficiente para gerar transformações significativas. Pestalozzi logo descobriu isso quando viu os resultados moralmente desastrosos da Revolução Francesa, cujos ideais ele tanto defendeu. Onde foram parar a igualdade, fraternidade e liberdade? Com certeza não estavam no coração, somente na razão, pois até hoje elas ainda não chegaram à nossa sociedade. 

    Foi com este choque de verdade que Pestalozzi passou a estudar qual era de fato o maior meio de transformação da sociedade e nessa busca descobriu que a educação do ser integral educa o coração, a mente e as mãos para realizarem o melhor de si mesmo na busca por realizar o melhor para o outro.

    Assim foi que ele educou seus alunos e os transformou em homens bons, generosos, honestos e dedicados. Muitos foram grandes profissionais conhecidos da época, médicos, engenheiros, professores e políticos.

    Homens que fizeram a diferença na sociedade por suas posturas e exemplos.

    Como poderia ser uma família de apenas quatro pessoas em que os membros tivessem sido educados com este método? Como você imagina a vida dessa família?

    Agora pensemos numa rua que recebeu essa mesma educação. Como ela seria? Uma escola? Um bairro? Uma cidade? Um país? Uma sociedade inteira?

    Com certeza seria muito diferente das referências que nos cercam hoje.

    Respeito, solidariedade, compaixão, tolerância e empatia seriam ações comuns, objetivos a serem alcançados por todos, independente da condição social, econômica e profissional.

    Pensar assim não é utopia, é esperança. E a esperança é a espera pelos resultados de um trabalho que se realiza com responsabilidade e dedicação.

    Você já pensou que cada um dos seus alunos poderão ser homens e mulheres com grande poder de influência positiva na história da humanidade?

    E esta tarefa não é difícil. Para começar é preciso ter uma ideia correta de como criar projetos pedagógicos práticos que trazem temáticas de virtudes e valores, enfim, das habilidades socioemocionais de acordo com as necessidades das crianças. 

    Nós temos o eBook Habilidades socioemocionais na prática – crie seus próprios projetos pedagógicos que vai ajudar nesse processo. Você pode acessar gratuitamente preenchendo os dados abaixo.

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