Como falar de inclusão com as crianças? Antes de tudo precisamos no ater a alguns conceitos importantes.
“Inserir” passou a ter na prática o significado de “incluir”. A questão que se impõe diante deste momento é se o simples “inserir” – ou colocar numa posição de proximidade físico-geográfica, vinculando à presença conjunta em determinados ambientes – é suficiente para que cada um possa respeitar o diferente e romper com as barreiras impostas pelos sentimentos de preconceito e indiferença em relação às dificuldades e necessidades do outro.
Como podemos respeitá-lo sem compreender o seu valor?
E como perceber o seu valor sem identificar as suas virtudes, a sua importância na própria vida do ser?
Qual é o olhar que dirigimos ao próximo quando este nos parece “diferente”?
A proposta de tais reflexões é trazer ao termo “inclusão” um sentido mais profundo e, eventualmente, mais próximo de seu significado primário.
Incluir pode ser visto como “envolver” o outro, sobretudo em nosso coração.
Em outras palavras, uma ação íntima capaz de envolver os sentimentos e os pensamentos de cada um de nós; de fazer-nos perceber a importância do diferente em nossa vida; de impulsionar-nos ao respeito por meio da indulgência; de criar uma dinâmica de solidariedade rumo à compaixão; de estabelecer a igualdade entre os seres por meio do amor ao próximo, agindo em relação a este da mesma forma como gostaríamos de ser acalentados.
Por estar inserida nos quadros de um tema tão presente quanto relevante, a inclusão no terceiro milênio é tema que caminha para encontrar cada vez mais ressonância.
Especialmente, na medida em que cada ser desenvolva em si mesmo a capacidade plena de expandir o amor ao seu próximo, seja ele quem for. Este trabalho é íntimo, e somente pela educação dos nossos valores e dos valores das nossas crianças é que poderá ser concretizado.
Como nossa contribuição para este movimento renovador, apresentamos o livro “Inclusão no coração – A fábula do grilinho e do vaga-lume”, de Pedro Paulo da Luz, com o objetivo de auxiliar no despertar da consciência das crianças, dos pais e dos educadores para novas diretrizes educacionais que estimulem os valores, a cidadania, o respeito e a solidariedade, por meio da temática da inclusão.
O livro “Inclusão no coração” amplia o entendimento da inclusão no contexto infantil e escolar, por meio de uma fábula que envolve o companheirismo, no ambiente de uma sala de aula, entre dois insetos: um grilo e um vaga-lume.
Apesar de possuírem características marcantes e dificuldades bem distintas, suas virtudes os unem pelos laços da amizade, do amor e da caridade. Percebendo o valor do diferente em suas vidas, eles nos ensinam que a verdadeira inclusão se passa no coração.
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